Gordura Visceral: Perigo Silencioso… – Matéria Caderno Especial Viver com Saúde do Jornal NH-Segunda 27.05.2019

Os dias de frio estão chegando e junto com eles aquela vontade de apreciar alimentos que nos façam sentir mais quentinhos! Com essa desculpa, pequenos deslizes acontecem, na mesma medida em que as atividades físicas vão ficando em segundo plano. E a equação resultante, ao contrário do que se quer acreditar, acaba sendo um consumo de calorias maior do que de fato precisamos para nos manter confortáveis diante das temperaturas mais baixas. Enquanto isso, gordurinhas extras vão se acumulando principalmente no abdômen. Do ponto de vista estético, pode não incomodar muito nessa época, afinal usamos roupas mais fechadas e largas que disfarçam uma barriguinha mais saliente. Mas quando se olha a questão pelo lado da saúde, ela é preocupante!

Isso porque se, externamente as gordurinhas estão disfarçadas, internamente estão bem evidentes.

Elas silenciosamente vão envolvendo órgãos vitais (fígado, pâncreas, rins, estômago) e, por isso, recebem o nome de gordura visceral. Alguns fatores (genéticos, hormonais, estressores), podem influenciar o metabolismo dos açúcares e gorduras, mas o desequilíbrio na ingestão de carboidratos é o fator que mais impacta esse processo. A glicose, que é o produto da digestão desses macronutrientes, quando não utilizada, é “guardada” em forma de gordura para ser reaproveitada futuramente. No entanto, quando a quantidade ingerida de alimentos é sistematicamente superior à demanda das atividades cotidianas, ao invés desse estoque diminuir, ele vai aumentando. Além disso, o alto consumo de alimentos ricos em carboidratos hiper-estimula a produção da insulina que, por sua vez, inibe a produção de hormônios sinalizadores no sistema fome/saciedade, gerando mais fome, maior ingestão de alimentos, consequentemente, acúmulo de gordura, ou seja, uma cascata de eventos que colaboram para o aumento no peso corporal.

A gordura visceral, por sua vez, quando instalada estimula a inflamação orgânica, exacerbando a produção de radicais livres, provocando o envelhecimento precoce de células e tecidos, além de aumentar o risco de incidência doenças metabólicas (diabetes, dislipidemias), cardiovasculares, gastrointestinais, distúrbios hormonais, do sono e do humor.

A boa notícia é que a gordura visceral diminui com a redução de peso. E para que seu organismo possa mobilizar essa gordura “estocada” para produção de energia, a conduta mais adequada é seguir um planejamento alimentar individual aliado à prática regular de atividade física para otimizar o metabolismo delas. A escolha dos alimentos que irão compor esse planejamento e os que devem ser evitados é fundamental, portanto:

Evite: bebidas e comidas prontas ou pré-prontas (embutidos, bolos, refrigerantes, sucos, molhos, temperos) por serem ricos em gorduras trans, açúcar, sal e substâncias que facilitam o acúmulo da gordura visceral.

Priorize: alimentos na sua forma natural por serem ricos em fibras, macro e micronutrientes (vegetais, cereais integrais, proteínas magras, oleaginosas) essenciais ao funcionamento eficiente de seu metabolismo. Também ervas, chás e temperos com propriedades anti-inflamatórias e termogênicas (cúrcuma, gengibre, canela, cravo) pois ajudam na atividade metabólica de suas células.

Sendo assim, faça escolhas inteligentes, opte por uma alimentação saudável e coloque seu corpo em movimento em atividades que você tenha alegria e entusiasmo em praticar. Busque ver além do que você enxerga externamente e compreenderá melhor os sinais que seu corpo mostra à você do que internamente está acontecendo com ele.