Guardar energia em forma de gordura, desse fato não podemos fugir porque está inscrito no nosso DNA. E a vida moderna reforça esse mecanismo natural porque estamos comendo mais e nos exercitando menos. Se fizermos um retrospecto veremos que nossos antepassados alimentavam-se na intenção de garantir reservas de energia para procurar alimentos nos momentos de escassez.
O estilo de vida mudou, hoje o alimento está disponível em grandes quantidades à um passo de distância, mas o mecanismo de comer e armazenar o excedente continua em nós. Em contrapartida realizamos menos atividades corporais e mais atividades mentais. Nos dias atuais gastamos menos energia em função do desenvolvimento da tecnologia para realizar tarefas cotidianas (vidro elétrico, elevador, controle remoto, eletrodomésticos mais sofisticados). Por outro lado, as atividades profissionais e de lazer estão cada vez mais mediadas por computadores, tablets, celulares, TVs com centenas de canais, internet sem limites e, frequentemente, acompanhados de lanches ricos em açúcar, gordura e sal.
Nossos ancestrais percorreram longas jornadas na busca por melhores condições de vida e nos deixaram essa herança. Mas é importante considerar que, se por um lado esse legado nos permite fazer menos esforço físico, por outro, nosso corpo não acompanhou o mesmo ritmo dessas mudanças externas (ambiental e social) e continua guardando energia extra em forma de gordura como nas épocas em que precisava deste estoque para a sobrevivência, uma vez que as mudanças internas (metabólicas e bioquímicas) são mais lentas no processo evolutivo. E ainda com o agravante de utilizarmos mais alimentos processados e menos alimentos na sua forma natural como eles faziam.
Sabemos que mudanças de paradigmas não acontecem aos saltos e sim são lentas e graduais. Assim sendo, que tal aproveitar a era da informação a qual estamos vivendo para nos instrumentalizar e organizar um estilo de vida mais saudável que privilegie o exercício mental sim, mas que contemple também um estilo de vida saudável com uma alimentação de qualidade e o movimento do corpo? Dessa forma poderemos contribuir para que as futuras gerações tenham impresso em seu DNA mais predisposição à saúde e menos à doença.