Jejum Intermitente

nutritionsA mais badalada do momento e muitas pessoas tem me abordado para perguntar sobre ela é a “Intermitentes Fasting” (IF), no Brasil denominada Jejum Intermitente. Esta dieta embora, tenha também diminuição calórica, pois afinal sem essa conduta dificilmente a redução de peso acontece, se concentra mais na privação dos alimentos por determinadas horas ou até mesmo dias. Visto que estudos mais sistemáticos sobre o jejum intermitente são ainda inconsistentes, hoje minha proposta é compartilhar com vocês algumas informações sobre esse assunto, pois o que se tem sobre ele ainda é mais especulação do que informação testada e avalizada cientificamente.

O estado de jejum não é uma condição desconhecida para nós. Em diversos momentos de nossa história evolutiva passamos por períodos de privação de alimentos e nos adaptamos à esses eventos para sobreviver. O jejum mais conhecido é aquele em que a pessoa, eventualmente, por um motivo qualquer, fica um período mais ou menos extenso sem ingerir alimentos e utiliza sua reserva de gordura  guardada no tecido adiposo, fígado e  musculatura esquelética como substrato energético, já que não tem à sua disposição a glicose que seria metabolizada à partir dos carboidratos. No caso de persistir o jejum, além da utilização excessiva dos substratos do tecido adiposo e muscular, as proteínas que são essencialmente macronutrientes estruturais, são convocadas também à colaborarem no provimento de energia, sendo desviadas de sua função principal que é de manutenção e renovação celular, já que o organismo trabalha primordiamente mantendo funções vitais à vida orgânica.

No caso do jejum intermitente ele é um jejum programado, alternando momentos de jejum e de ingestão alimentar, em intervalos de tempo pré-estabelecidos e as condutas mais utilizadas são:

– Em relação a frequência: ele poderá ser praticado diariamente, intercalando dias (dia sim/dia não, de 3 em 3 dias, 1 vez por semana, etc…);

– Em relação ao período de duração: ele poderá ser de de 8, 12, 16, 24 horas de privação alimentar, etc…

– Em relação ao protocolo: o mais comum é jejum de 12 horas onde a  pessoa realiza a última refeição do dia, aproveita as 8 horas de sono e para completar as 12 horas vai alimentar-se novamente mais ou menos na hora do almoço, pulando o café da manhã.

– Em relação a programação: a mais frequentemente utilizada  é dia sim/dia não com uma “janela de alimentação” de 8 horas. Nesse modo a pessoa tem 8 horas disponíveis para alimentação em que teoricamente priorizaria a ingestão de alimentos saudáveis e nutritivos.

Contudo ainda não se tem uma metodologia norteadora para sua aplicação. O Jejum Intermitente tem o propósito de desacomodar, desadaptar, desacostumar o organismo, pois o mais comum é que ele se adapte e entenda ou processos como algo já estabelecido. Trata-se de um conjunto de procedimentos que ainda não está estabelecido como uma estratégia segura de redução de peso, já que não se tem dados conclusivos sobre o que uma dieta com esse perfil pode gerar ao organismo à longo prazo. É importante a compreensão de que cada pessoa responde, orgânica e psicologicamente, de forma particular à esse processo. No caso do Jejum Intermitente, a condição emocional deve ser levada em consideração, pois é preciso habilidade para permanecer horas sem comer e durante a janela de alimentação comer com equilíbrio e moderação, sem aquela vontade de devorar a comida.

Assim sendo, antes de adotá-la por conta própria com base em informações que você viu na mídia, sites, blogs ou depoimentos de pessoas famosas que à utilizaram para emagrecer, consulte um profissional para avaliar sua condição orgânica e psicológica. Pense que existem quadros clínicos diversos, e se ela pode, por um lado, ser uma estratégia interessante para uma pessoa muito acima do seu peso ideal e que já tenha alguma doença associada à essa condição, por outo, para uma pessoa que quer somente reduzir algumas medidas por motivos estéticos, por exemplo, poderá desrregular seu sistema metabólico, influenciando negativamente outros sistemas orgânicos. Embora se tenha hoje uma boa noção de como o organismo reage frente às mudanças, não se pode desconsiderar o fato de que existe a individualidade corporal e emocional que responde de forma particular à essas mudanças. O fato de algumas pessoas terem obtido resultados muito bons com o jejum intermitente, não faz dele uma alternativa perfeita para todas as pessoas e nem isenta de consequências prejudiciais à saúde.