Umas das perguntas mais frequentes que tenho escutado nos últimos tempos é se o glúten faz mal e se devemos evitá-lo ou até mesmo excluí-lo de nossa alimentação.
Mas afinal o que é o glúten? O glúten é uma proteína encontrada em trigo, cevada e centeio.
E no supermercado, em quais produtos encontramos? Sabemos que o glúten está presentes nos grãos, em pães e em massas. Mas também é incluído em sopas e molhos (farinha pode ser utilizada como um agente espessante). Os produtos que contêm cevada, como malte, vinagre de malte e cerveja, contêm glúten também.
E quanto a aveia? Ela não contém glúten, mas corre o risco de contaminação cruzada, já que muitas vezes são armazenadas junto ao trigo e outros grãos.
Então, uma alimentação sem glúten significa uma dieta com poucos carboidratos? Não necessariamente. Carboidratos e glúten não são a mesma coisa. Grupos de alimentos que contêm carboidratos incluem também: frutas, vegetais ricos em amido e leite.
Você pode ter doença celíaca ou sensibilidade ao glúten? A doença celíaca é uma desordem autoimune em que o glúten provoca inflamação no trato gastrointestinal. Isto leva a diarreia e má absorção, por isso que aqueles que têm a doença estão em risco de desnutrição. Os sintomas da doença celíaca incluem dor abdominal, diarreia, vômitos, perda de peso e anemia. A doença celíaca é diagnosticada por uma análise de sangue do anticorpo e / ou uma biopsia do intestino delgado. Sensibilidade ao glúten é quando alguém experimenta sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas anticorpos e danos intestinais não estão presentes. Se você estiver experimentando sintomas semelhantes aos mencionados acima, procure a ajuda de um médico para obter um diagnóstico definitivo. Muitos auto-diagnósticos relacionados ao glúten são imprecisos.
Este estudo publicado no Journal of Digestion em maio 2015 descobriu o seguinte:
- 392 pacientes inscritos no estudo estavam reclamando de sintomas relacionados com glúten;
- somente 6,6% foram diagnosticados com a doença celíaca
- apenas 2% foram afetados por uma alergia ao trigo
- somente 6,88% foram diagnosticados com sensibilidade ao glúten
Conclusão do estudo: 86% dos pacientes que relataram sintomas relacionados ao glúten não têm nem a doença célica, nem sensibilidade ao glúten. Sintomas como os relatados acima, na maioria das vezes não estão relacionados ao consumo do glúten.
Há muita discussão sobre o assunto, até mesmo sobre as mutações genéticas que o trigo sofreu ao longo dos anos, que dizem poder trazer malefícios à saúde. Mas estou me baseando em evidências científicas e seguindo as recomendações do Conselho Federal de Nutrição para dizer que: se você não tem a doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, não há motivo para abandonar o consumo do mesmo. Aqui está o porquê:
- # 1: dietas sem glúten eliminam muitos cereais integrais que são ricos em fibras e que quando consumidos ajudam com a manutenção do peso. Eles também reduzem o risco de doenças crônicas como doenças cardíacas, derrame e diabetes tipo 2.
- # 2: os produtos feitos especificamente para ser “sem glúten”, como bolachas, pão e macarrão podem ser altamente processados e caros. Você pode conferir os rótulos nutricionais no supermercado para ver que estes tipos de produtos ainda contêm carboidratos, gorduras e uma longa lista de ingredientes.
- # 3: as dietas restritivas são difíceis de manter. Em vez de se concentrar na eliminação do glúten, busque o equilíbrio com frutas frescas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras.