1) Quais são os benefícios que podem ser adquiridos com o consumo do aipim?
A combinação de carboidratos presentes na composição do aipim, permite que a glicose seja gradualmente liberada na corrente sanguínea, evitando os picos de insulina, hormônio que modula os níveis de glicose. Por isso é uma excelente fonte de carboidratos às pessoas de modo geral e, especialmente, diabéticas e que se encontram em processo de emagrecimento pois promove maior saciedade e redução do apetite. Além disso, é fonte ótima de energia já que fornece 112 Kcal em 100 gramas de aipim cozido, sendo que, 98% delas são de carboidratos, e o restante de proteína e gordura. Por isso é um alimento bastante presente no planejamento alimentar de praticantes regulares de atividade física e atletas.
2) A raiz pode ser considerada um bom alimento?
É um alimento de excelente valor nutricional pois além de ser ótima fonte de energia, é muito versátil para ser utilizado nas mais variadas receitas, seja como ingrediente principal ou através das farinhas derivadas dele. É o caso da fécula de aipim, farinhas (mandioca e tapioca) e o polvilho, por exemplo, que são opções de farinhas sem glúten e podem ser utilizadas por pessoas intolerantes ou alérgicas a essa proteína presente nas farinhas tradicionais.
3) Como se compõe seu valor nutricional? Existe alguma indicação mais específica no que ele pode fazer bem?
É um tubérculo rico em carboidratos (amilose e amilopectina) que são mais lentamente metabolizados, evitando os picos de insulina, hormônio que modula os níveis de glicose na corrente sanguínea. Possui antioxidantes que previnem a formação de radicais livres, diminuindo os processos inflamatórios orgânicos, consequentemente o envelhecimento precoce e a formação de células tumorais. Contém vitaminas do complexo B (folatos, tiamina, piridoxina, riboflavina) que contribuem para a manutenção e produção de células vermelhas, prevenindo o desenvolvimento de anemias. Fornece minerais essenciais (zinco, magnésio, cálcio, cobre, ferro, manganês), especialmente o potássio que auxilia na síntese de proteínas, melhorando a manutenção e reconstrução de células e tecidos, além de contribuir para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Possui também fibras que melhoram o funcionamento intestinal, diminuindo a absorção de colesterol e dos açúcares.
4) Seu consumo na região é cultural, logo, produtores também apostam bastante no seu cultivo. Aspectos desta natureza são comuns de fato aqui na região?
É uma raiz originária da América do Sul pois o clima tropical é favorável ao seu cultivo. No entanto é bastante flexível, uma vez que se adapta à condições adversas de solo e clima, principalmente o seco. Por isso o aipim é bastante cultivado por pequenos produtores rurais, estando presente na mesa da maioria da população regional, bem como da população brasileira, pois sua larga oferta permite que seu preço seja acessível à todos.
5) Há também venda do aipim congelado. Há alguma diferença em relação ao produto in Natura?
Ele fornece alguns nutrientes que trazem benefícios importantes à saúde. Por outro lado, pode ter efeitos perigosos, especialmente se consumido cru e em grandes quantidades. Isso ocorre porque sua casca possui compostos cianogênicos e ao ser descascado essas substâncias podem contaminá-lo com cianeto. Mas o seu cozimento o torna um alimento seguro já que neutraliza e elimina possíveis resquícios desses compostos. Quanto aos métodos de processamento do aipim para transformá-lo em farinhas, fécula, polvilho, eles reduzem significativamente seu valor nutricional, pois eliminam a maior parte de suas vitaminas e minerais. Portanto essas farinhas tendem a ter seu valor nutricional reduzido se comparadas a raiz de mandioca cozida. Os alimentos congelados, incluindo o aipim, perdem é verdade parte de seus nutrientes, mas ainda assim, a maior parte de seu conteúdo nutricional se mantém preservado. Para evitar contaminações com substâncias presentes na sua casca a dica é deixá-lo de molho por cerca de 8 horas antes de cozinhá-lo ou congelá-lo.